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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

SUBSTRATOS

A definição do substrato a ser utilizado num viveiro florestal, depende da análise de uma série de fatores, dentre eles destacando-se:
a) Espécie a ser semeada,
b) Disponibilidade próxima do local do viveiro de matérias-primas para composição do substrato, caso a decisão seja a produção própria do produto.
c) Sistema de irrigação utilizado nas diferentes etapas da produção da muda (semeadura, crescimento e rustificação)
d) Tipo de embalagem utilizada
e) Relação custo/benefício
Atualmente, o uso do solo puro como substrato para viveiros hoje, não tem sido muito utilizado por diversas razões, podendo-se destacar entre elas, o problema ambiental criado com a retirada do solo, principalmente em grandes quantidades, e a dificuldade de manuseio do mesmo no viveiro, pois solo é pesado para manuseio, se for de superfície, pode carregar sementes de plantas invasoras e esporos de patógenos, e é impróprio para a utilização em recipientes como os tubetes plásticos.
Existem vários componentes que podem ser utilizados para a produção de substratos, classificados como inertes: vermiculita (nome comercial de produto a base de mica expandida), casca de arroz carbonizada, moinha de carvão vegetal e, orgânicos: turfa, bagaço de cana decomposto, fibra de coco, estercos de bovino, aves e suínos, cascas de pínus ou eucaliptos, compostos derivados de resíduos orgânicos, etc.
Cada um destes componentes, apresenta suas peculiaridades com relação a teor de nutrientes (macros e micros) e a disponibilização dos mesmos às mudas, condutividade elétrica, capacidade de retenção e disponibilização de água, compactação sob irrigação, granulometria e porosidade, etc.
A produção de substratos normalmente envolve conhecimentos específicos sobre as características físico-químicas de seus componentes, a maneira pela qual interagem quando misturados, e suas implicações na produção das mudas, variam em função da espécie e tipo de produção (sementes/estaquia), do sistema de irrigação disponível no viveiro, e da disponibilidade local dos componentes a serem utilizados.
É desejável que o substrato possua características como:
Porosidade: é determinada pelo grau de agregação e estruturação das partículas que compõem o substrato, devendo apresentar um bom equilíbrio entre os microporos que retém água, e os macroporos que retém ar. Esse equilíbrio é que determinará a capacidade de drenagem do substrato.

Retenção de umidade: de grande importância para se determinar o regime de irrigação, a retenção de umidade é determinada pelo teor e quantidade e qualidade dos componentes do substrato, principalmente a matéria orgânica e alguns tipos de material inerte, como a vermiculita.
Alguns materiais como a fibra de coco, retém grande quantidade de água , o que pode reduzir substancialmente a necessidade de irrigações ao longo do dia, principalmente no inverno.
Granulometria: é recomendável que os componentes do substrato apresentem densidade semelhantes, para evitar fracionamento das partes, principalmente no momento do enchimento das recipientes, quando se utiliza mesa vibradora. Componentes muito finos, também podem interferir na capacidade de drenagem do substrato, o que é prejudicial para a formação das mudas.
pH: A acidez de um substrato é medida ao final da mistura de componentes, devendo variar entre 6 a 6,5 (medido em H2O). Valores abaixo ou acima desta faixa trazem problemas à formação das mudas devido a indisponibilidade de alguns nutrientes e fitotoxidez. O ajuste do pH do substrato (acidificação ou calagem)  nem sempre fornece bons resultados, por isso, a escolha de componentes  da mistura que variem o pH dentro da faixa recomendada, e a mistura resultante mantém-se dentro da faixa de tolerância, com um bom poder tampão,  facilita o manejo deste parâmetro.
Características químicas desejáveis:
pH em H2O = 6,0 a 6,5
Fósforo = 300 a 600 g/cm3
Potássio (níveis de (K/T x 100) = 5 a 8%
Cálcio + Magnésio (níveis de Ca + Mg/T x 100) = 85 a 95%
Obs.: T = capacidade de troca catiônica


FONTE: EMBRAPA

PRINCIPAIS PRAGAS EM VIVEIROS FLORESTAIS

Gryllus assimilis (Orthoptera:Grylidae)
Nome popular - Grilo
Tamanho - 30 mm
Coloração - Parda escura
Morfologia - Cabeça grande, móvel, olhos escuros pouco proeminentes, antenas longas, filiformes escuras. Pronoto sub-cilíndrico, pardo-avermelhado, liso e levemente brilhante, tégminas escuras, dispostas sobre o abdome, providas de nervuras bem marcadas com Abdome escuro.
Prejuízos - Os grilos tem hábitos noturnos, quando abandonam seus abrigos (tocas) e atacam as plantas no viveiro, o ataque ocorre na base do caule, provocando o tombamento das mudas. ·
Controle - Pode ser mecânico, com a catação manual dos insetos, ou aplicação de uma isca inseticida, preparada de maneira caseira, utilizando como atrativo farelo de trigo ou de arroz.


Agrotis ipsilon (Lepidoptera:Noctuidae)
Nome popular - Lagarta-rosca
Morfologia - Adultos variam de 40 a 45 mm de envergadura, com coloração arroxeada, com pequena área clara nas asas anteriores, sendo as posteriores totalmente claras. As lagartas podem chegar a 45 mm de comprimento, com corpo robusto cilíndrico e liso, cinzentas com estrias longitudinais pouco visíveis, quando tocadas as lagartas se enrodilham em forma de rosca.
Prejuízos - O ataque realizado pela lagarta, preferencialmente no período noturno, localiza-se na região do colo da planta causando o tombamento. Durante o dia a lagarta escondem-se no solo ao lado das raízes.
Controle - De maneira geral o controle mais eficiente para o controle de insetos de solo começa consiste no monitoramento das áreas e na aplicação de tratos culturais. Porém, em casos extremos pode ser feito um polvilhamento ou a utilização de iscas envenenadas utilizando um inseticida com um atrativo que pode ser o farelo de trigo ou arroz.


Elasmopalpus lignosellus (Lepidoptera:Pyralidae)
Nome popular - Lagarta elasmo, broca do colo, broca do coleto ou broca da coroa.
Morfologia - Adultos podem ter de 15 a 25 mm de envergadura, os machos são pardo amarelados, as fêmeas cinzentas, notando-se dentro do mesmo sexo tonalidades diversas. As asas anteriores apresentam tonalidade cinzenta com diversas manchas escuras e as asas posteriores apresentam uma faixa escura no bordo externo. As lagartas podem atingir até 15 mm de comprimento, tem colorido verde azulado, com cabeça e 1o segmentos pretos, notando-se na região posterior de cada segmento linhas transversais escuras.
Prejuízos - As lagartas são responsáveis pelos danos na planta, durante o dia ocultam-se da luz, atacando sempre no período noturno. Os danos são dirigidos à parte inferior da muda, cortando ou brocando o caule e matando a muda.
Controle - Idem ao utilizado para A. ipsilon.


fonte: http://www.floresta.ufpr.br/

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

MERCADO DE MUDAS FLORESTAIS

A muda de essência florestal é um produto de grande aceitação comercial, principalmente quando existem linhas de crédito de longo prazo para financiar sua implementação, quando não, pela existência de empresários do ramo madeireiro consciente da necessidade de reposição e enriquecimento florestal. Na pequena propriedade de base familiar, existe uma demanda crescente para os cultivos de sistemas agroflorestais, associadas a espécies frutíferas.

Para estabelecer um negócio de produção de mudas não são necessários grandes investimentos, todavia, é preciso dominar as técnicas de conservação de sementes, germinação, construção e manejo do viveiro e o mais importante, conhecer e executar os tratos culturais exigidos por cada espécie explorada, inclusive climatização antes do plantio a campo e transporte até as áreas a serem plantadas.

O mercado-alvo a ser atingido é composto por clientes consumidores de mudas florestais para fins de reflorestamentos, bem como empresários rurais em processo de regularização ambiental, mercado consumidor de matéria-prima florestal (madeira, lenha, carvão, resinas e cascas) e de mudas de plantas nativas para paisagismo. Outro aspecto importante que deve ser criteriosamente estudado para o sucesso do empreendimento, diz respeito à disponibilidade de sementes viáveis na época ideal de semeio e germinação, para se ter a muda dentro do padrão de plantio, no inicio do período chuvoso.

Isso implica possuir uma equipe de coleta, ou contratar junto às comunidades extrativistas a aquisição destas sementes ou ainda, manter parcerias com institutos de pesquisa e banco de sementes para a aquisição das quantidades desejadas para cada espécie. Em qualquer uma das situações escolhidas pelo viveirista é fundamental manter o controle sobre a qualidade das sementes, caracterizada pelo grau de pureza, uniformidade do lote e percentual de germinação.

VALE A PENA INVESTIR EM UM VIEVIRO?

Investimento Inicial:
Conforme a estrutura do empreendimento, o valor estimado, para o empreendedor iniciar esse tipo de negócio, pode ficar em torno de: R$ 110.000,00

-Capital de Giro: R$ 13.000,00
-Investimento em equipamentos e instalações: R$ 97.000,00
-Faturamento bruto mensal previsto: R$ 17.500,00

Exige ainda: Área física necessária: 2000 m²

Fonte: http://www.sebrae-sc.com.br/faq/default.asp?vcdtexto=5298&%5E%5E

PRODUÇÃO DE MUDAS E RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO

1. Sistemas de produção de mudas de eucalipto e pinus
Atualmente, os recipientes mais utilizados para a produção de mudas de eucalipto e pinus são os sacos plásticos e os tubetes. Para a escolha do recipiente deve-se levar em conta a quantidade de mudas produzidas e a duração do viveiro, porque em pequena escala e em viveiros temporários é aconselhável a utilização de sacos plásticos devido ao menor custo inicial.

1.1. Produção de mudas no sistema de sacos plásticos
As dimensões para os recipientes de saco plástico podem variar de 5,0 a 8,0 cm de diâmetro e de 12,0 a 15,0 cm de altura. Os sacos devem ter no mínimo 4 furos na parte de baixo.
Como substrato para preenchimento recomenda-se terra de subsolo isenta de sementes de plantas indesejáveis e de microorganismos que prejudicam o desenvolvimento das mudas. Deve-se dar preferência para solos areno-argilosos, pois apresentam boa agregação, permitem drenagem e também capacidade de reter água.
A montagem do canteiro deve ser realizada com o auxilio de duas ripas de madeira em toda a lateral e o canteiro deve ter largura máxima de 0,80 m. Os sacos plásticos, já cheios com terra, devem ser organizados em uma superfície plana sendo colocados encostados uns aos outros para que não ocorra o tombamento das mudas.
A semeadura deve ser feita de maneira direta, distribuindo de 2 a 4 sementes por saco plástico. As sementes devem ser colocadas em uma profundidade correspondente a um pouco mais que o seu diâmetro. Logo após a semeadura, cobrir com uma leve camada de terra fina ou de material orgânico (casca de arroz ou serragem). As sementes devem ser adquiridas em estabelecimento credenciado, pois desse modo é possível adquirir material de qualidade.
O canteiro deve ser coberto com sombrite até o final da fase de germinação. Outro fator importante para o bom desenvolvimento das mudas é a realização de 2 ou 3 irrigações por dia.
O desbaste deve ser realizado, com as mudas ainda pequenas (3 cm), deixando apenas a mais vigorosa no recipiente. Nessa fase pode ser realizada uma repicagem aproveitando as mudas, que podem ser transplantadas para outros sacos plásticos nos quais não ocorreu a germinação das sementes.
As mudas podem apresentar grande diferença no desenvolvimento, sendo importante a movimentação separando-as por tamanho de modo a efetuar novas adubações nas mudas menores para que alcancem o tamanho das outras.

Adubação das mudas
Os métodos, as doses e as épocas de incorporação de adubos nos substratos de cultivo devem ser bastante criteriosas, pois além de garantir o bom crescimento e qualidade das mudas, a adubação é o principal meio que o viveirista tem para "segurar" ou "adiantar" o crescimento das mesmas no viveiro. Os adubos mais recomendados, devido as suas características físicas e químicas são: o sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio usados preferencialmente na forma de pós, para facilitar a homogeneização das doses de adubos no substrato de cultivo das mudas.
A melhor forma de fazer a aplicação de adubos nesse sistema consiste no parcelamento das doses de adubos recomendadas, ou seja, cerca de 50% das doses de N e de K2O e 100% das doses de P2O5 e micronutrientes são misturadas à terra de subsolo, antes do enchimento dos sacos plásticos, o que é denominado adubação de base. O restante das doses é aplicado em cobertura, parceladamente, na forma de soluções ou suspensões aquosas.
Recomenda-se as seguintes dosagens de adubos:
a) Adubação de Base: 150 g de N, 700 g de P2O5, 100 g de K2O e 200 g de "fritas" (coquetel de micronutrientes na forma de óxidos silicatados) por cada metro cúbico de terra de subsolo. Normalmente, os níveis de Ca e Mg nas terras de subsolo são muito baixos e por esta razão recomenda-se, também, a incorporação de 500 g de calcário dolomítico por metro cúbico de terra.
b) Adubação de Cobertura: 100 g de N mais 100 g de K2O, parceladas em 3 ou 4 aplicações. Para a aplicação desses nutrientes, recomenda-se dissolver 1 kg de sulfato de amônio e/ou 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água. Com a solução obtida regar 10.000 mudas. Recomenda-se intercalar as adubações, ou seja, numa aplicação utilizar N e K2O, na seguinte, apenas N e assim por diante.
As aplicações deverão ser feitas no final da tarde ou ao amanhecer, seguidas de leves irrigações apenas para diluir ou remover os resíduos de adubo que ficam depositados sobre as folhas.
As adubações de cobertura devem ser feitas em intervalos de 7 a 10 dias. A primeira deve ser realizada de 15 a 30 dias pós-emergência. A época de aplicação das demais poderá ser melhor determinada pelo viveirista ao observar as taxas de crescimento e as mudanças de coloração das mudas.
Quando as mudas já estiverem formadas, portanto, prontas para serem plantadas no campo, recomenda-se, antes da expedição das mesmas, fazer a "rustificação" para amenizar seus estresses no campo. Na fase de "rustificação", que dura de 15 a 30 dias, reduzem-se as regas e suspendem-se as adubações de cobertura. No início dessa fase, recomenda-se a realização de uma adubação contendo apenas K para auxiliar a adaptação das mudas às condições adversas de campo.


1.2. Produção de mudas no sistema de tubetes
Esse sistema utiliza substratos orgânicos dos quais os mais utilizados são o esterco de curral curtido, húmus de minhoca, cascas de eucalipto e pinus decompostas e bagacilho de cana decomposto. Esses substratos são geralmente utilizados como principais componentes de misturas que incluem também palha de arroz carbonizada, vermiculita e terra de subsolo arenosa. Os três últimos são utilizados para melhorar as condições de drenagem do substrato.
Não existe a proporção ideal dos componentes e cada viverista acaba aperfeiçoando sua mistura com o tempo. Para iniciar esse sistema de produção, recomenda-se:
i) 80% de composto orgânico ou húmus de minhoca + 20% de casca de arroz carbonizada; ou
ii) 60% de composto orgânico ou húmus de minhoca + 20% de casca de arroz carbonizada + 20% de terra arenosa.
O canteiro para esse sistema de produção é muito variável e pode ser realizado diretamente nas bandejas sobre o solo ou suspenso.
Para aquisição das sementes, semeadura nos recipientes, cobertura e irrigação devem ser observadas as instruções no item 1.1.
O desbaste deve ser realizado, com as mudas ainda pequenas (3 cm), deixando apenas a mais vigorosa no recipiente. Não se recomenda a realização da repicagem, nesse sistema, devido ao baixo aproveitamento dessa operação em tubete.
As mudas podem apresentar grande diferença no desenvolvimento, sendo importante a movimentação separando-as por tamanho de modo a efetuar novas adubações nas mudas menores para que alcancem o tamanho das outras.
Adubação das mudas
Similarmente às recomendações feitas para o sistema de produção de mudas em sacos plásticos, a melhor forma de fazer a aplicação de adubos nos substratos utilizados no sistema de tubetes é a parcelada, parte como adubação de base e parte como adubação de cobertura.
a) Adubação de Base: 150 g de N, 300 g de P2O5, 100 g de K2O e 150 g de “fritas” por cada metro cúbico de substrato. Geralmente, os níveis de pH, Ca e Mg nos substratos utilizados neste sistema são elevados, de modo que a aplicação de calcário é dispensada e não recomendada, evitando-se assim problemas como a volatilização de N e deficiência de micronutrientes induzida por níveis elevados de pH, dentre outros.
b) Adubação de Cobertura: devido a grande permeabilidade do substrato que facilita as lixiviações e ao pequeno volume de espaço destinado a cada muda, fazem-se necessárias adubações de cobertura mais freqüentes do que aquelas feitas para a formação de mudas em sacos plásticos. Para a aplicação, recomenda-se dissolver 1 kg de sulfato de amônio e/ou 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água. Com a solução obtida regar 10.000 tubetes, a cada 7 dias de intervalo, até que as mudas atinjam o tamanho desejado.
A intercalação das aplicações de K, bem como, as demais recomendações feitas no sistema de produção de mudas em sacos plásticos, descritas anteriormente, deve ser aqui também considerada.

2. Sistemas de produção de mudas de espécies florestais nativas
2.1. Produção de mudas no sistema de sacos plásticos
O volume do recipiente, saco plástico, para a produção de espécies nativas é maior ao utilizado para a produção de mudas de eucalipto e de pinus e podem variar de diâmetro e de altura, mas recomenda-se que a capacidade seja de 1 Kg. Os sacos devem ter no mínimo 8 furos na parte de baixo.
De modo geral, para a produção de mudas de espécies florestais nativas deve-se seguir as recomendações feitas no sistema de produção de mudas em sacos plásticos para eucalipto e pinus. Essas espécies são muito mais exigentes em nutrientes, principalmente as das classes secundárias e clímax da sucessão florestal, são sensíveis à acidez e aos altos níveis de A1 e Mn dos solos, além de serem muito exigentes em macro e micronutrientes. Normalmente essas espécies têm um tempo de permanência no viveiro superior a 6 meses.
Adubação das mudas
Similar às recomendações feitas para a produção de mudas de eucalipto e pinus, deve – se parcelar a aplicação com as seguintes dosagens de calcários e adubos:
a) Adubação de Base: normalmente os valores de pH e os níveis de Ca e Mg nas terras de subsolo são muito baixos e por essa razão o primeiro passo a ser dado é a calagem da terra de subsolo. Dessa forma ficam garantidos valores adequados de pH e suprimento de Ca e Mg para as mudas. As espécies das classes ecológicas denominadas secundárias e clímax são bem mais exigentes nutricionalmente do que as pioneiras. A faixa ideal de pH (em CaCl2 0,01 M) do substrato varia de 5,5 a 6,0. O calcário deve ser incorporado à terra de subsolo, preferencialmente, 15 dias antes de ser usado. A dose de calcário varia conforme as características do solo e pode ser calculada pela fórmula.
N.C.=(T(V2-V1))/20xPRNT
N.C. = necessidade de calcário em kg/m 3 de terra de subsolo
T = capacidade de troca catiônica (C.T.C.)
V2 = saturação por bases desejada, 60%
V1 = saturação por bases encontrada na terra de subsolo
PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário
Após a incorporação do calcário, aplicar 150 g de N, 700 g de P2O5, 100 g de K2O e 200 g de “fritas” (coquetel de micronutrientes na forma de óxidos silicatados) por cada metro cúbico de terra. Para se evitar a aplicação de calcário no substrato, recomenda-se o uso de terra de subsolo que possuam, naturalmente, altos níveis de pH, Ca e Mg.
b) Adubação de Cobertura: dissolver 1 kg de sulfato de amônio e 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água, com a solução obtida regar 2.500 saquinhos. Para essas adubações recomenda-se a intercalação das aplicações seguindo a recomendação da produção de mudas de eucalipto e .

Semeadura em canteiros
A semeadura em canteiros é um recurso utilizado quando as sementes são muito pequenas e é difícil a sua distribuição individualizada ou quando as sementes são excessivamente grandes. O uso de canteiros também é recomendado quando a germinação e/ou o crescimento são irregulares para aproveitar a maior quantidade possível de mudas.
Após a germinação das sementes nos canteiros, quanto as mudas atingirem de 3 a 7 cm de altura, geralmente apresentando dois pares de folhas, as mudas devem ser cuidadosamente retiradas da sementeira e replantadas no recipiente definitivo.
Nessa fase a adubação não é necessária, pois as reservas contidas nas sementes são suficientes para a germinação e o primeiro estágio de desenvolvimento. As regas, em geral, não devem ultrapassar duas vezes ao dia (de manhã e à tarde), de forma a evitar o aparecimento de doenças e o encharcamento dos canteiros.

2.2.Produção de mudas no sistema de tubetes
O volume dos tubetes deve ser superior ao utilizado para a produção de mudas de eucalipto e do pinus. Com exceção do número de aplicações de adubos em cobertura, que será em maior número (devido às menores taxas de crescimento das mudas), porém com a mesma periodicidade, todos os demais procedimentos e recomendações feitas para a produção de mudas de eucalipto e pinus, em tubetes, são válidas para a produção de mudas de espécie nativa em tubete.

fonte: Gonçalves, J.L.M.; Benedetti,V. Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba IPEF, 2000. 427p

MUDAS GRÁTIS DE EUCALIPTO

IBF – Instituto Brasileiro de Florestas, visando beneficiar a sociedade e o meio ambiente através do plantio de mudas nativas, desenvolveu o Programa Plante Árvore, onde empresas privadas se oferecem para patrocinar o reflorestamento de áreas degradadas.

O programa envolve, assim, o IBF, a empresa privada patrocinadora, e o proprietário rural, que dispõe da área a ser reflorestada.

Como funciona o Plante Árvore?
Qualquer proprietário rural que deseja colocar sua área à disposição do programa, deve cadastrar sua área (igual ou maior que 1 hectare) em nosso banco de dados e aguardar um patrocinador. Caso seja selecionado, receberá mudas nativas gratuitamente.

O formulário de cadastro pode ser encontrado no link abaixo:
http://www.ibflorestas.org.br/pt/receba-mudas-gratis.html

OS MITOS E VERDADES DO EUCALIPTO

Os mitos e as verdades sobre o eucalipto começaram a aparecer nas décadas de 60 e 70 do século passado quando os reflorestamentos não apresentaram os resultados esperados quanto à produtividade.

O insucesso se deveu a muitos fatores, entre eles a falta de pesquisa científica sobre produtividade, planejamento inadequado do uso da terra sendo plantado em terrenos rochosos e úmidos, escolha inadequadas das espécies a serem plantadas para cada região do País, uso de técnicas inadequadas de implantação e uso de fertilizantes e falhas na política, na legislação e na fiscalização.

Somando tudo isso à falta de informações e a pouca divulgação dos órgãos de imprensa incentivou o aparecimento dos mitos e mentiras sobre o eucalipto.

A primeira dela e mais divulgada é de que o eucalipto seca o solo. Esta afirmação é falsa.

Ele retém menos água que as matas nativas que tem as copas maiores, permite que a água chegue ao solo mais rapidamente por ter menos folhagem, que também diminui a evaporação pra atmosfera, tem uma capacidade de absorver mais água na época das chuvas e menos na época da seca, suas raízes não ultrapassam dois metros e meio, portanto não chegam aos lençóis freáticos e consome bem menos água que uma plantação de cana-de-açúcar, de café, de soja, de arroz até da carne de frango e da carne de boi.

Estudos recentes revelam que o eucalipto é muito eficiente no aproveitamento da água. Enquanto um litro produz 2,9 gramas de madeira, a mesma quantidade de água produz apenas 1,8 gramas de açúcar, 0,9 gramas de grãos de trigo e 0,5 gramas de grãos de feijão.

A afirmação de que o eucalipto empobrece o solo também é falsa, pois quase tudo que ele retira ele devolve. Após a colheita, cascas, folhas e galhos que possuem 70 por cento de nutrientes da árvore, permanecem no local e incorporam-se ao solo como matéria orgânica, além de contribuir para o controle da erosão.

Também é comum ouvirmos que o eucalipto gera um deserto verde. Afirmação também falsa. Por ter de deixar parte da área da propriedade para reserva legal e área de proteção permanente, o eucalipto e os sub-bosques formam um corredor para áreas de preservação e criam um habitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução como demonstram estudos feitos pela Klabin e  Aracruz.

Esta certo que elas não abrigam uma biodiversidade tão grande como nas florestas naturais, mas a prova está aí: estes animais foram gravados nas florestas plantadas da empresa Ramires Reflorestamentos em Mato Grosso do Sul.

Outra afirmação falsa é de que o eucalipto gera poucos benefícios sociais e econômicos nos municípios. Quando manejados de forma adequada gera tanto benefícios como outro empreendimento rural, a começar pelo grande número de empregos diretos e indiretos que gera tanto nos viveiros como na implantação e manutenção das florestas. Além disso, gera recolhimento de impostos, investimentos em infra-estrutura, consumo de bens de produção local, fomento a diversos tipos de novos negócios e iniciativas na área social como a construção de casas, postos de saúde e escolas.

Somado a todas estas informações que passamos é bom sempre lembrar que um hectare de eucalipto consome 10 toneladas de carbono da atmosfera por ano, contribuindo para a diminuição da poluição, o aquecimento global e combatendo o efeito estufa. Em resumo, mais do que ser um negócio rentável e produtivo, as plantações de eucalipto têm cumprido seu papel fundamental de reduzir a pressão sobre as matas nativas, ainda muito usadas no consumo de carvão vegetal, móveis e madeira sólida.

Fonte: Painel Florestal

COMO MONTAR UM VIVEIRO FLORESTAL

Entende-se por viveiro florestal de um determinado local onde são concentradas todas as atividades de produção de mudas florestais.
Para a escolha do local onde será instalado o viveiro, devem-se levar em consideração os seguintes aspectos:

1.Facilidade de acesso

É necessário que o acesso possibilite o fácil trânsito de caminhões, sendo que todas as estradas deverão ser transitáveis mesmo em época de chuva. Os custos de transporte, principalmente de mudas produzidas em recipientes, são minimizados quando os viveiros situam-se a uma pequena distância da área de plantio. Longos trechos de estrada podem trazer danos à qualidade fisiológica das mudas e ocasionar perda de umidade do substrato.

2.Suprimento de água

Durante todo o período, após a semeadura, há necessidade de abundância de água para irrigação. Poderão ser utilizadas águas de rios, lagos e de origem subterrânea, devendo ser evitada a introdução de algas ou sementes de ervas. A água deve ter menos de 200 partes por milhão (ppm) de silte e cálcio e menos de 10 ppm de sódio e 0,5 ppm de boro.

3.Área livre de Ervas Daninhas


Deverá existir contínua vigilância e erradicação das ervas daninhas efetuada imediatamente após o seu aparecimento, quer sejam perenes ou anuais.

4.Facilidade de obtenção da Mão de Obra

É indispensável que alguns funcionários morem nas imediações ou na própria área. A vigilância quanto ao aparecimento de doenças precisa ser permanente. Existem doenças cuja virulência pode ser tão intensa que provocam enormes danos em pouco tempo, principalmente em mudas recém-formadas.

5.Declividade da área

A declividade deve ser de 2%, no máximo, para não correr danos por erosão. É importante salientar que os canteiros devem ser instalados em nível, perpendiculares à movimentação da água. Áreas planas contribuem para o acúmulo de água da chuva, principalmente quando o percentual de argila for maior que o indicado.

Área do Viveiro                                   

O viveiro possui dois tipos de áreas:

Áreas produtivas: é a soma das áreas de canteiros e sementeiras, em que se desenvolvem as atividades de produção;

Áreas não produtivas: constitui-se dos caminhos, estradas e áreas construídas.

A extensão do viveiro será determinada em função de alguns fatores:
1.Quantidade de mudas para o plantio e replantio;

2.Densidade de mudas/m2 (em função da espécie);

3.Espécie e seu período de rotação;

4.Dimensões dos canteiros, dos passeios (caminhos) e das estradas;

5.Dimensões dos passeios (ou caminhos);

6.Dimensão das estradas (ou ruas);

7.Dimensão das instalações;

8.Adoção, ou não, de área para adubação verde (no caso de viveiros em raiz nua);

A distribuição dos canteiros, caminhos, construções e principalmente o acesso devem visar a melhor circulação e utilização da estrutura do viveiro.

Luz

Deve-se levar em consideração a necessidade de luz solar, evitando na locação do viveiro uma área inconveniente. O viveiro deve ser instalado em local totalmente ensolarado. Se houver necessidade de sombra, pode-se lançar mão de abrigos, como o sombrite. Em alguns casos, o sombreamento é necessário em certos períodos. As espécies umbrófilas exigem proteção contra a luz solar. Os raios solares concorrem para a rustificação dos tecidos, tornando as mudas mais robustas e resistentes.
Em relação à exposição solar, deve-se colocar o comprimento dos canteiros voltado para a face norte, acompanhando-os ao longo de sua extensão. Contudo, tal medida para locação dos canteiros deve ser tomada, apenas se for possível, pois existem outros critérios prioritários

Tipos de Viveiros         

Considerando a duração, os viveiros podem ser classificados em:

1.Viveiros Provisórios: temporários ou volantes, são aqueles que visam uma produção restrita; localizam-se próximos às áreas de plantio e possuem instalações de baixo custo.

2.Viveiros Permanentes: centrais ou fixos, são aqueles que geralmente ocupam uma maior superfície, fornecem mudas para uma ampla região, possuem instalações definitivas com excelente localização. Requerem planejamento mais acurado; as instalações são também permanentes e de maiores dimensões.

Com referência à proteção do sistema radicial, os viveiros são classificados em:

3.Viveiros com mudas em raiz nua: as mudas em raiz nua são as que não possuem proteção do sistema radicial no momento de plantio. A semeadura é feita diretamente nos canteiros e as mudas são retiradas para o plantio, tendo-se apenas o cuidado de se evitar insolação direta ou, até mesmo, vento no sistema radicial. O solo onde se desenvolvem as raízes permanece no viveiro. Após a retirada, são ordenadas em grupos, com material úmido envolvendo as raízes, antes da expedição para o plantio. Este tipo de viveiro é muito difundido no sul do Brasil para Pinus spp.

Contudo, algumas espécies promissoras na Amazônia, como o freijó – Cordia goeldiana, tatajuba - Bagassa guianensis, e marupá - Simaruba amara – têm demonstrado aptidão para plantio com muda em raiz nua em forma de “stripling”.

4.Viveiro com mudas em recipientes: apresentam o sistema radicial envolto por uma proteção que é um substrato que o recipiente contém. Evidentemente, o substrato vai para o campo e é colocado nas covas, com as mudas, protegendo as raízes.

Fonte: www.ambientebrasil.com.br