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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PRODUÇÃO DE MUDAS E RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO

1. Sistemas de produção de mudas de eucalipto e pinus
Atualmente, os recipientes mais utilizados para a produção de mudas de eucalipto e pinus são os sacos plásticos e os tubetes. Para a escolha do recipiente deve-se levar em conta a quantidade de mudas produzidas e a duração do viveiro, porque em pequena escala e em viveiros temporários é aconselhável a utilização de sacos plásticos devido ao menor custo inicial.

1.1. Produção de mudas no sistema de sacos plásticos
As dimensões para os recipientes de saco plástico podem variar de 5,0 a 8,0 cm de diâmetro e de 12,0 a 15,0 cm de altura. Os sacos devem ter no mínimo 4 furos na parte de baixo.
Como substrato para preenchimento recomenda-se terra de subsolo isenta de sementes de plantas indesejáveis e de microorganismos que prejudicam o desenvolvimento das mudas. Deve-se dar preferência para solos areno-argilosos, pois apresentam boa agregação, permitem drenagem e também capacidade de reter água.
A montagem do canteiro deve ser realizada com o auxilio de duas ripas de madeira em toda a lateral e o canteiro deve ter largura máxima de 0,80 m. Os sacos plásticos, já cheios com terra, devem ser organizados em uma superfície plana sendo colocados encostados uns aos outros para que não ocorra o tombamento das mudas.
A semeadura deve ser feita de maneira direta, distribuindo de 2 a 4 sementes por saco plástico. As sementes devem ser colocadas em uma profundidade correspondente a um pouco mais que o seu diâmetro. Logo após a semeadura, cobrir com uma leve camada de terra fina ou de material orgânico (casca de arroz ou serragem). As sementes devem ser adquiridas em estabelecimento credenciado, pois desse modo é possível adquirir material de qualidade.
O canteiro deve ser coberto com sombrite até o final da fase de germinação. Outro fator importante para o bom desenvolvimento das mudas é a realização de 2 ou 3 irrigações por dia.
O desbaste deve ser realizado, com as mudas ainda pequenas (3 cm), deixando apenas a mais vigorosa no recipiente. Nessa fase pode ser realizada uma repicagem aproveitando as mudas, que podem ser transplantadas para outros sacos plásticos nos quais não ocorreu a germinação das sementes.
As mudas podem apresentar grande diferença no desenvolvimento, sendo importante a movimentação separando-as por tamanho de modo a efetuar novas adubações nas mudas menores para que alcancem o tamanho das outras.

Adubação das mudas
Os métodos, as doses e as épocas de incorporação de adubos nos substratos de cultivo devem ser bastante criteriosas, pois além de garantir o bom crescimento e qualidade das mudas, a adubação é o principal meio que o viveirista tem para "segurar" ou "adiantar" o crescimento das mesmas no viveiro. Os adubos mais recomendados, devido as suas características físicas e químicas são: o sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio usados preferencialmente na forma de pós, para facilitar a homogeneização das doses de adubos no substrato de cultivo das mudas.
A melhor forma de fazer a aplicação de adubos nesse sistema consiste no parcelamento das doses de adubos recomendadas, ou seja, cerca de 50% das doses de N e de K2O e 100% das doses de P2O5 e micronutrientes são misturadas à terra de subsolo, antes do enchimento dos sacos plásticos, o que é denominado adubação de base. O restante das doses é aplicado em cobertura, parceladamente, na forma de soluções ou suspensões aquosas.
Recomenda-se as seguintes dosagens de adubos:
a) Adubação de Base: 150 g de N, 700 g de P2O5, 100 g de K2O e 200 g de "fritas" (coquetel de micronutrientes na forma de óxidos silicatados) por cada metro cúbico de terra de subsolo. Normalmente, os níveis de Ca e Mg nas terras de subsolo são muito baixos e por esta razão recomenda-se, também, a incorporação de 500 g de calcário dolomítico por metro cúbico de terra.
b) Adubação de Cobertura: 100 g de N mais 100 g de K2O, parceladas em 3 ou 4 aplicações. Para a aplicação desses nutrientes, recomenda-se dissolver 1 kg de sulfato de amônio e/ou 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água. Com a solução obtida regar 10.000 mudas. Recomenda-se intercalar as adubações, ou seja, numa aplicação utilizar N e K2O, na seguinte, apenas N e assim por diante.
As aplicações deverão ser feitas no final da tarde ou ao amanhecer, seguidas de leves irrigações apenas para diluir ou remover os resíduos de adubo que ficam depositados sobre as folhas.
As adubações de cobertura devem ser feitas em intervalos de 7 a 10 dias. A primeira deve ser realizada de 15 a 30 dias pós-emergência. A época de aplicação das demais poderá ser melhor determinada pelo viveirista ao observar as taxas de crescimento e as mudanças de coloração das mudas.
Quando as mudas já estiverem formadas, portanto, prontas para serem plantadas no campo, recomenda-se, antes da expedição das mesmas, fazer a "rustificação" para amenizar seus estresses no campo. Na fase de "rustificação", que dura de 15 a 30 dias, reduzem-se as regas e suspendem-se as adubações de cobertura. No início dessa fase, recomenda-se a realização de uma adubação contendo apenas K para auxiliar a adaptação das mudas às condições adversas de campo.


1.2. Produção de mudas no sistema de tubetes
Esse sistema utiliza substratos orgânicos dos quais os mais utilizados são o esterco de curral curtido, húmus de minhoca, cascas de eucalipto e pinus decompostas e bagacilho de cana decomposto. Esses substratos são geralmente utilizados como principais componentes de misturas que incluem também palha de arroz carbonizada, vermiculita e terra de subsolo arenosa. Os três últimos são utilizados para melhorar as condições de drenagem do substrato.
Não existe a proporção ideal dos componentes e cada viverista acaba aperfeiçoando sua mistura com o tempo. Para iniciar esse sistema de produção, recomenda-se:
i) 80% de composto orgânico ou húmus de minhoca + 20% de casca de arroz carbonizada; ou
ii) 60% de composto orgânico ou húmus de minhoca + 20% de casca de arroz carbonizada + 20% de terra arenosa.
O canteiro para esse sistema de produção é muito variável e pode ser realizado diretamente nas bandejas sobre o solo ou suspenso.
Para aquisição das sementes, semeadura nos recipientes, cobertura e irrigação devem ser observadas as instruções no item 1.1.
O desbaste deve ser realizado, com as mudas ainda pequenas (3 cm), deixando apenas a mais vigorosa no recipiente. Não se recomenda a realização da repicagem, nesse sistema, devido ao baixo aproveitamento dessa operação em tubete.
As mudas podem apresentar grande diferença no desenvolvimento, sendo importante a movimentação separando-as por tamanho de modo a efetuar novas adubações nas mudas menores para que alcancem o tamanho das outras.
Adubação das mudas
Similarmente às recomendações feitas para o sistema de produção de mudas em sacos plásticos, a melhor forma de fazer a aplicação de adubos nos substratos utilizados no sistema de tubetes é a parcelada, parte como adubação de base e parte como adubação de cobertura.
a) Adubação de Base: 150 g de N, 300 g de P2O5, 100 g de K2O e 150 g de “fritas” por cada metro cúbico de substrato. Geralmente, os níveis de pH, Ca e Mg nos substratos utilizados neste sistema são elevados, de modo que a aplicação de calcário é dispensada e não recomendada, evitando-se assim problemas como a volatilização de N e deficiência de micronutrientes induzida por níveis elevados de pH, dentre outros.
b) Adubação de Cobertura: devido a grande permeabilidade do substrato que facilita as lixiviações e ao pequeno volume de espaço destinado a cada muda, fazem-se necessárias adubações de cobertura mais freqüentes do que aquelas feitas para a formação de mudas em sacos plásticos. Para a aplicação, recomenda-se dissolver 1 kg de sulfato de amônio e/ou 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água. Com a solução obtida regar 10.000 tubetes, a cada 7 dias de intervalo, até que as mudas atinjam o tamanho desejado.
A intercalação das aplicações de K, bem como, as demais recomendações feitas no sistema de produção de mudas em sacos plásticos, descritas anteriormente, deve ser aqui também considerada.

2. Sistemas de produção de mudas de espécies florestais nativas
2.1. Produção de mudas no sistema de sacos plásticos
O volume do recipiente, saco plástico, para a produção de espécies nativas é maior ao utilizado para a produção de mudas de eucalipto e de pinus e podem variar de diâmetro e de altura, mas recomenda-se que a capacidade seja de 1 Kg. Os sacos devem ter no mínimo 8 furos na parte de baixo.
De modo geral, para a produção de mudas de espécies florestais nativas deve-se seguir as recomendações feitas no sistema de produção de mudas em sacos plásticos para eucalipto e pinus. Essas espécies são muito mais exigentes em nutrientes, principalmente as das classes secundárias e clímax da sucessão florestal, são sensíveis à acidez e aos altos níveis de A1 e Mn dos solos, além de serem muito exigentes em macro e micronutrientes. Normalmente essas espécies têm um tempo de permanência no viveiro superior a 6 meses.
Adubação das mudas
Similar às recomendações feitas para a produção de mudas de eucalipto e pinus, deve – se parcelar a aplicação com as seguintes dosagens de calcários e adubos:
a) Adubação de Base: normalmente os valores de pH e os níveis de Ca e Mg nas terras de subsolo são muito baixos e por essa razão o primeiro passo a ser dado é a calagem da terra de subsolo. Dessa forma ficam garantidos valores adequados de pH e suprimento de Ca e Mg para as mudas. As espécies das classes ecológicas denominadas secundárias e clímax são bem mais exigentes nutricionalmente do que as pioneiras. A faixa ideal de pH (em CaCl2 0,01 M) do substrato varia de 5,5 a 6,0. O calcário deve ser incorporado à terra de subsolo, preferencialmente, 15 dias antes de ser usado. A dose de calcário varia conforme as características do solo e pode ser calculada pela fórmula.
N.C.=(T(V2-V1))/20xPRNT
N.C. = necessidade de calcário em kg/m 3 de terra de subsolo
T = capacidade de troca catiônica (C.T.C.)
V2 = saturação por bases desejada, 60%
V1 = saturação por bases encontrada na terra de subsolo
PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário
Após a incorporação do calcário, aplicar 150 g de N, 700 g de P2O5, 100 g de K2O e 200 g de “fritas” (coquetel de micronutrientes na forma de óxidos silicatados) por cada metro cúbico de terra. Para se evitar a aplicação de calcário no substrato, recomenda-se o uso de terra de subsolo que possuam, naturalmente, altos níveis de pH, Ca e Mg.
b) Adubação de Cobertura: dissolver 1 kg de sulfato de amônio e 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água, com a solução obtida regar 2.500 saquinhos. Para essas adubações recomenda-se a intercalação das aplicações seguindo a recomendação da produção de mudas de eucalipto e .

Semeadura em canteiros
A semeadura em canteiros é um recurso utilizado quando as sementes são muito pequenas e é difícil a sua distribuição individualizada ou quando as sementes são excessivamente grandes. O uso de canteiros também é recomendado quando a germinação e/ou o crescimento são irregulares para aproveitar a maior quantidade possível de mudas.
Após a germinação das sementes nos canteiros, quanto as mudas atingirem de 3 a 7 cm de altura, geralmente apresentando dois pares de folhas, as mudas devem ser cuidadosamente retiradas da sementeira e replantadas no recipiente definitivo.
Nessa fase a adubação não é necessária, pois as reservas contidas nas sementes são suficientes para a germinação e o primeiro estágio de desenvolvimento. As regas, em geral, não devem ultrapassar duas vezes ao dia (de manhã e à tarde), de forma a evitar o aparecimento de doenças e o encharcamento dos canteiros.

2.2.Produção de mudas no sistema de tubetes
O volume dos tubetes deve ser superior ao utilizado para a produção de mudas de eucalipto e do pinus. Com exceção do número de aplicações de adubos em cobertura, que será em maior número (devido às menores taxas de crescimento das mudas), porém com a mesma periodicidade, todos os demais procedimentos e recomendações feitas para a produção de mudas de eucalipto e pinus, em tubetes, são válidas para a produção de mudas de espécie nativa em tubete.

fonte: Gonçalves, J.L.M.; Benedetti,V. Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba IPEF, 2000. 427p

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